Nesta segunda-feira, o Conselho das Entidades, formado pela ACIJ, ACOMAC, Ajorpeme e CDL de Joinville, realizou uma reunião para debater os desafios enfrentados no trecho de 36 km da BR-280, que conecta a BR-101 ao Porto de São Francisco do Sul. Representantes dos municípios afetados pela duplicação e deputados estaduais participaram do encontro, onde foi evidenciado que o atraso nas obras é um dos principais gargalos logísticos de Santa Catarina. “Nossa pauta de hoje é única. As 4 entidades estão trabalhando em conjunto para destravar os problemas que seguram as obras de duplicação”, afirma o presidente da ACOMAC - José Haveroth.
Enquanto o trecho de Araquari ao porto está parado os outros dois lotes estão em fase avançada de conclusão com previsão de término para o fim de 2025:
Trecho 2.1 - BR-101 a Guaramirim - uma área de 14 quilômetros e mais da metade já está liberada para o tráfego.
Trecho 2.2: contorno de Jaraguá do Sul - são quase 24 quilômetros de pista num
Investimento de R$ 1 bilhão. Dois terços dessa obra estão concluídos.
Segundo Marcelo Campos, executivo de logística com 23 anos de experiência no setor, o trecho em questão já atingiu um nível crítico. “Estamos vivendo um colapso estrutural”, afirmou. Dados reforçam essa percepção: 16% do Produto Interno Bruto (PIB) de Santa Catarina depende dessa região.
Um estudo da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC) destacou a gravidade da situação. Na escala de desempenho HSM, que avalia as rodovias com notas de A (muito bom) a F (péssimo), o trecho da BR-280 recebeu nota F. Em comparação, a BR-101 Norte obteve classificações entre C e D, evidenciando a precariedade da infraestrutura no acesso ao porto.
O impacto vai além do trânsito: no trecho de 36 km estão localizadas 82 empresas, 275 comércios, 338 residências, 127 vias de acesso e 5 loteamentos. Para o prefeito de Araquari, Clenilton Pereira, a falta de avanços na obra afeta diretamente a população e a economia local. “A população não acredita mais no andamento dessa obra. Nossa cidade sofre sem a duplicação. Usamos essa rodovia o tempo todo: para trabalhar, passear ou visitar nossas famílias. E, nesse processo, enfrentamos acidentes e filas constantemente”, desabafou.
A reunião destacou a necessidade de ações imediatas para destravar o projeto e minimizar os impactos econômicos e sociais. As entidades prometem buscar apoio de lideranças estaduais e federais para acelerar a duplicação, considerada vital para o desenvolvimento da região e do estado.