Mais de 1,6 mil pessoas lotaram a Expoville para acompanhar as palestras de Caito Maia e Maitê Lang na 6ª edição do Connect - ideias e negócios, organizado pela Ajorpeme. Quem abriu a noite foi a empresária Maitê Lang, fundadora da Nugali Chocolates, de Pomerode, com a palestra “Do cacau ao tablete, a jornada de uma empreendedora”. Ela se formou na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em engenharia de produção e, antes de empreender, trabalhou em multinacionais como Audi e Embraer. Há 19 anos ela trocou a carreira de executiva para empreender e fundou a empresa ao lado do marido, o também engenheiro Ivan Blumenschein. A qualidade dos produtos colocou a Nugali no mercado premium, que era dominado pelos chocolates importados.
Maitê contou sobre as dificuldades de empreender ao abrir uma empresa, mas encarou a oportunidade e priorizou o negócio com planejamento financeiro, valorizando as pessoas e muita persistência. Com boas estratégias e foco na inovação, apostou na diversidade de produtos para atender consumidores com restrições ou preferências alimentares. Além da inovação em chocolates, a empresa transformou cascas de cacau em produto. Elas são vendidas como adubo para jardinagem. Mais de 98% dos resíduos produzidos na fábrica são reciclados, reaproveitados ou compostados, feito que rendeu à empresa o certificado Lixo Zero.
Pensando na sustentabilidade, a Nugali lançou embalagens 100% biodegradáveis, mas a empresária destaca que a preocupação com o meio ambiente está presente em toda a cadeia produtiva. A compra de amêndoas diretamente do produtor, a busca pelo cultivo sustentável, uso de energia sustentável e outras ações renderam diversos prêmios nacionais e internacionais.
Por meio deste pioneirismo, a indústria é líder em bean to bar, quando a empresa domina todos os processos, desde a produção da amêndoa do cacau até a fabricação das embalagens das barras de chocolate. Outra inovação que garantiu prêmios foi o Tour Nugali, onde os visitantes têm a oportunidade de conhecer todo o processo de produção da fábrica.
Inovação e marketing são a aposta da Chilli Beans
O bem-sucedido empresário Caito Maia não pensou que seria um empreendedor reconhecido no país e no mundo. Seu sonho era ser famoso, mas como músico. Foi para os Estados Unidos estudar na Escola de Música Berklee e, para garantir uma renda, trazia óculos de sol para vender aos conhecidos no Brasil. Como a banda não teve sucesso, ele criou uma loja atacadista de óculos, mas não conseguiu gerar fluxo de caixa e, depois de alguns calotes, a empresa faliu. Após este fracasso, passou a vender os produtos na feira alternativa Mercado Mundo Mix. Em seguida, criou a marca Chilli Beans e Caito, aproveitando os ensinamentos e experiências que teve como empreendedor até então, obteve bons resultados.
Os óculos comercializados tinham modelos e estilos diferenciados. Após os quiosques, as franquias, surgiram as lojas próprias. Nelas, o cliente sempre têm contato direto com os produtos pois, ao invés de expor os modelos em vitrines, ele os colocou ao alcance dos clientes, que podem experimentar à vontade. Com o tempo, passou a comercializar relógios e outros acessórios. Outra inovação foi apresentar novos modelos toda semana com coleções limitadas e fazer parceria com marcas e pessoas consagradas como Rita Lee, The Beatles, Cazuza, Legião Urbana , Alok, Harry Potter, Os Crimes de Grindelwald e Wizzarding World.
Para Caito, o sucesso da marca está em sempre investir em marketing. Cercado de bons profissionais, principalmente nesta área, Caito fez com que a Chilli Beans se tornasse 3 vezes case de estudo em Harvard. Anualmente, a Chilli Beans produz um cruzeiro onde são convidadas celebridades e pessoas do mercado. Segundo ele, outro segredo é sempre ter e manter conexão com pessoas, contando a história da sua marca ou empresa. Uma tática para se destacar da concorrência é mostrar para o cliente porque o seu produto é único e melhor que os demais. “Anos atrás eu comecei a ver que se eu continuasse vendendo óculos de sol eu ia morrer. Então eu comecei a inventar histórias por trás desses óculos”, revelou Maia.
Há 20 anos no mercado, Caito conta que sempre teve preocupação com a sustentabilidade, busca de portfólio para diversos públicos e como foi importante apostar em e-commerce e CRM, pois viu as vendas crescerem de 3% em 2020 para 18% em 2022 em parceria com o Mercado Livre. Outra sacada de mercado foi ver pesquisa mostrando que 50% da população terá miopia até 2050 devido ao uso do celular, computador e televisão. Assim, viu aí um novo caminho para investir e criou a Ótica Chilli Beans. Com mais de 1 mil pontos de venda, a Chilli Beans está em 19 países como Estados Unidos, Kuwait, Dubai, Portugal, Alemanha, Angola, Índia, Indonésia, Austrália, Colômbia, Equador, El Salvador, Peru, Costa Rica e Uruguai.
Durante a palestra, Caito também falou sobre a sua experiência como tubarão do Shark Tank Brasil, programa em que empreendedores apresentam as suas ideias em busca de investimentos. Ele e seus colegas avaliam as propostas de negócios e decidem se desejam investir nas operações apresentadas. Segundo ele, foi uma ótima experiência para compartilhar seus insights de mercado, varejo e produção com jovens empreendedores. Para inspirar e motivar as pessoas e empresas, contou que usa suas redes sociais, dá palestras e apresenta o programa “Se parar o sangue esfria”, na Rádio 89 FM.
Após as palestras, ocorreu o Happy Connect Hour, com show da banda Vintage Cult, cervejas artesanais do Núcleo Cervejeiro da Ajorpeme e gastronomia variada com food trucks. “Foi um evento enriquecedor para os empreendedores. Uma ótima oportunidade para conhecer pessoas e empresas. Planejamos o Connect para os empresários terem uma experiência diferenciada, com muitos insights para os seus negócios”, afirma a presidente da Ajorpeme, Cintia Ebert Huang.
Crédito das fotos: Jean Caê
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